Ficam os sonhosEm dias assim me faço estranha
Mente que pensa e não acompanha a alma
Dias de sonhos em preto e branco
De lógicas sem sabor
Atitudes sem paixão
São dias em que estou
Dias de não ser
De morrer por dentro
Para renascer chama miúda
Tímida e desobediente
A esperança que nunca me deixou
Carrega o peso da solidão
Alimenta a alma de mil sonhos
Todos deliciosamente impossíveis
Improváveis se ditos a alguém
Sonhos meus
Me acompanham desde a pequenice
Saíram dos contos de fada
Foram se transformando
Deformando a cada ano
Mas, continuam sonhos
Podem me tirar tudo:
Os prazeres tarifados
O vestido predileto
A beleza
A pele juvenil
Mas os meus sonhos,
Ah, esses ninguém toca
Os carrego aqui no peito
Atrás das cortinas da alma
Me levem tudo,
Mas me deixem sonhar
Não aprendi viver de outra forma
É o meu alimento
Ana Paula Almeida