terça-feira, 28 de outubro de 2008










Vieste

Vieste com todo seu jeito
Sem jeito a me agradar

Vieste com tua delicadeza
De ouvidos a postos

Olhar compreensivo
Sem julgamentos

Sem olhar o passado
E quando vi, o dia havia ido

Meus olhos se puseram a acompanhar-te
Abriram-se para o mais puro dos sentimentos

Vieste na hora certa
No momento exato

Vieste ao meu coração como um presente
Chegaste me mostrando que o certo vale a pena

Que triste é ter alma pequena
Sua grandeza de alma foi minha luz

Para o melhor dos outros
Para o melhor de mim

Deixa eu dizer que és admirável
E que tens a simplicidade dos grandes


Vieste como um presente completo
E tão rápido quanto teus dedos na cordas


Já me ensinaste mais que imaginas
Mais que eu pudesse imaginar


Ana Paula Almeida
28/10/08
(baseado na música “Vieste” de Ivan Lins)







































terça-feira, 21 de outubro de 2008


Voar

É!
Voar
Eu queria

Adoraria
Sair daqui
Libertar-me

Não estar aqui
Desprender
Dos pequenos

Tarefas mínimas
Importância máxima
Dada a tudo

Não é assim
Mas não enxergo!
Não daqui de baixo

Um vôo só
Minutos
Para ver de cima

Minha existência
Sem maiores prazeres
Vivo?

Voltaria com outro ar
Desejaria voltar?
E se gostasse...

Risco
Liberdade de pássaro
Sem rumo

Horas
Cobrança
Mostrar-me aos outros

Um vôo só
Me ver de lá
Sair do pouco


Ana Paula Almeida
21/10/2008

domingo, 12 de outubro de 2008















Valioso tempo

Parei para ver o tempo passar
Uma criança sorrir
O sol se por

Parei para ver meus pais
Como ficam as pessoas após minhas explosões emocionais
Parei para reconhecer
Para pedir perdão

Parei para tomar sorvete
Sentir o vento no rosto antes da chuva
E tomar banho nela com a sensação
De alma "lavada"

Parei para procurar o que o dinheiro não compra
E que dá verdadeiro prazer
Um sorriso
Visitar um amigo

Parei para ajudar o próximo com uma palavra de ânimo
Para descansar sem fazer cálculos do salário
Andar de bicicleta
Dar bom dia com cara de “bom” dia de verdade

Parei para pensar que quero escrever tudo isso
Daqui a alguns anos como uma confissão
Então não terei vivido em vão!


Ana Paula Almeida
13/10/2008

Não mais


E sabe o que mais,
Caros especuladores de minha simplória vida,
Não planejo mais
É isso! "Planos, pra que te quero"?
Não dava certo mesmo
Permanecem os que já havia mentalizado
Fica agora o acaso
Por conta do que virá

Isso, não planejo mais
De que me adianta?
Chega de frustrações

Então, eu programava tudo
Aonde ia, com quem, porque, pra quê
E tudo, pra quê?

Eu assustei com minha vida programada
E é claro, que quando fazia isso,
Inevitavelmente o "inevitável" vinha
E quer saber?
Me surpreendia
E na maioria das vezes, positivamente

Aquele alguém que parecia improvável,
Fora dos padrões dos meus “projetinhos”
Uma proposta sem explicação
Que no final era boa
Um gesto de gentileza de quem eu menos esperava

Por isso, caros acompanhantes de minha pífia vida
Não me programo mais
E aí? Tanto faz
É consciência tranqüila
Fazer o bem
Olhar ao Poderoso com temor
E seguir... sem programar

Se não der...
Não havia programado mesmo...
Sem frustrações, expectativas
Se certo, não sei
Agora é!


Ana Paula Almeida
13/10/2008

segunda-feira, 6 de outubro de 2008











Indecisão













Aqueles olhos
Não sei, se meus, se dele
Aqueles olhos me fazem esperar
Desistir, pensar, enlouquecer

Aqueles olhos me dizem que:
Devo ir
Vir
Tentar


E no fim
Desvio o olhar
Medo de errar
Não ser
Não arrisco


Aí não durmo...




Ana Paula Almeida
06/10/2008




Pronto
Agora voltou tudo ao normal
Anormal como era antes
Não ter alguém
Não ser de outro
Ser minha
Estar na minha


A eles parece estranho
A mim não!
Perfeitamente normal
Egoísta que seja
Melhor que não valer a pena
Amar sem se dar, apaixonar, enlouquecer
Prefiro a frieza do meu eu
A solidão de ser eu e só


E preciso não estar só?
Mal acompanhada seria o ideal? Normal?
Sei lá, se não sentir não vai mesmo
Prefiro terra de ilusões
O sonho perfeito
O amor latente das noites escuras com meus fantasmas e planos


Se vier, que venha e me arrebate, me leve
Frieza, chega a minha
Rosto sem força, emoções presas
Racionalidade e realidade de quem sabe
E nada sei, realmente nada sei
E nessas horas, mais perdida que nunca estou
Esperando,esperando....
Até que tudo volte ao normal
Normal?


Ana Paula Almeida
06/10/2008