quinta-feira, 5 de março de 2009
Desconstrução
E quando a vontade que tenho de ser diferente, de fazer diferente, não me deixa enxergar que já me vêem diferente
E quando quero enxergar gentileza no mundo, não enxergo os mais gentis e simples gestos do pequeno mundo ao meu redor
E quando desejo um pouco mais de solidariedade nas ações das pessoas, não sou solidária o suficiente para explicar a quem deseja me ouvir, o que realmente espero do mundo
E quando penso que estou no caminho certo, não paro para ouvir as orientações de quem já viveu o que vivo e enxerga o mundo de um outro ângulo
E quando tento fazer algo e não consigo da forma como planejei, não consigo enxergar a forma mais fácil e prática de realizar o que desejava
E quando penso que agrado com soluções práticas e dinâmicas, não paro para ouvir e entender que agradaria realmente se parasse, ouvisse e me calasse
E quando me armo com argumentos, explicações, cálculos, teorias e me esqueço de que uma pitada de bom humor regada a uma boa risada abre portas para oportunidades impensáveis, não me lembrando que o lúdico é o melhor caminho para evitar as rugas
E quando planejo minha vida dez anos adiante e me esqueço de planejar à tarde que está por vir, tarde esta que poderá definir como estarei amanhã e depois e depois, até chegar à década desejada vivendo cada dia como se fosse o último.
Alguns hábitos, pensamentos e comportamentos que construímos ao longo dos anos, e que nos deixam cegos para o melhor da vida, o mais simples (enxergar além do que estamos acostumados) precisam ser DESCONSTRUÍDOS, com a mesma rapidez que construímos o que não nos faz bem.
Ana Paula Almeida06/03/2009
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