sábado, 25 de julho de 2009


























À beira do caminho

Que saudade me deu daquela que não pude ser
Do que sonhei e logo depois de lado deixei

Saudade dos sonhos infantes
Dos dias errantes

Falta senti
Dos sonhos perdidos

Das migalhas que me permiti
Por medo de errar

Meu peito doeu
Quando ao fechar os olhos

Enxerguei meus sonhos extraviados
Desejos esquecidos

Agora postos ali
Num cantinho

Abandonados à beira do caminho
Ao lado dos passos dados na direção errada

Saudades senti
Daquela que não fui

Mas que desejei
E muito!


Ana Paula Almeida
25-07-2009

quinta-feira, 23 de julho de 2009






















Depois


Preciso comprar um amor, meu senhor

É! Sim... um amor

Desses que a gente idealiza a vida toda:

Tranqüilo, sereno, fiel, leal, verdadeiro, compreensivo e o mais importante: eterno!

É sim uma encomenda

E que dure o resto da vida, não quero saber de trocas

Quero comprar o seguro desse amor

Não de ter outro se esse se for

Mas de tê-lo renovado quando estiver já desgastado

É sim meu senhor... sorte não tive em ter um de graça

Muito menos artimanha ou estratégia para conquistá-lo

Durante toda a vida, não consegui abrir meu coração

As pessoas se foram e eu sempre fiquei indiferente

Não tive tempo de observar esse “pequeno” detalhe

Imagine o senhor...

Se com tantos planos, tarefas, muito trabalho para alcançar a prosperidade e o reconhecimento

Eu teria tempo de parar para procurar um amor?

Me disseram que o dinheiro compra tudo, pois bem!

Agora o compro meu senhor

E sou exigente!

O quero perfeito

Que tolere meus defeitos

O quero assim senhor...

Exatamente assim...


Senhor?

Meu senhor?




O senhor desapareceu quando a noite se foi
E os olhos o despertou para a solidão do quarto vazio




Ana Paula Almeida
23-07-2009

terça-feira, 21 de julho de 2009

Na porta do quarto


Estou aqui
Estás aqui, aqui
Aqui em mim, estamos

Em mim, ficamos
Sonhamos, sonhamos
Você acordou

Eu fiquei aqui
Fiquei aqui, aqui
Dentro de mim, de mim

Meu coração o tem
Dentro, bem dentro
De mim, dentro de mim

Aqui, aqui
Estás aqui
Estou aqui

Na porta do quarto
A esperar você sair, sair
E me deixar, deixar-me ir

Como fostes, um breve “adeus”
E eu insisti no “até logo”
Da porta do quarto

E eu aqui a esperar o “logo”
Na porta do quarto
Com teus olhos nos meus

Volte aqui, aqui
E habite, além do meu coração
Meu quarto, adentro

Coração adentro
E não te deixo sair
A chaves deixarei ir

Trancarei o coração e o quarto
Com você aqui
Prisioneiro, enfim

As chaves, as perco
E a solidão, abandono
Venha, venha

Aqui, aqui...
Na porta do quarto
As chaves, estão na mão

Na porta do quarto

Ana Paula Almeida
21-07-2009

domingo, 19 de julho de 2009



A sedução que tem a noite

E se a luz dentro de mim
Acesa está

Meus sonhos
Acesos estão

E se a luz do dia
Acesa está

Meus medos voltam a reinar
Fantasmas que se encondem da lua


Se vão arrasados
Com o luar, o mistério noturno


E se o cheiro da noite me seduz
Meus sonhos acendem

O tempo deixo pra lá
As horas, não as tenho


Tenho agora mil sonhos
Que vagueiam pelo destino criado no quarto

Na sedução da noite de palavras solitárias
Acende meu coração

Este se apaga ao raiar do dia
E os raios trazem de volta os medos

Descansados pela noite que seduz
Afastados pelos devaneios

De minha alma boêmia
E coração noturno

Bom dia sol!
Recebo agora meus medos

Até que chegue a noite
E eu me entregue a tua sedução

Adeus palavras de solidão
As encontro com a lua

Irresistíveis madrugadas
Em que me perco

Eu, o quarto e mil sonhos dentro de mim
Doce criação!

Ana Paula Almeida
19-07-2009 – 06h25

terça-feira, 14 de julho de 2009






















A alma canta

Ele grita
Ele encanta

Não entende sua dança de versos
Não vê seus refrões de verdade


Ele grita
Ele vomita

Seus sonhos quase frustrados
E não vê a grandeza deles

Ele grita
Ele sente

Os absurdos do mundo
Se indigna, é se indigna sim!

Ele grita
Ele canta seus gritos

Um doce gritar afinado
Um sentir desenfreado

Ele grita
Ele se entrega

Decepciona-se com o que não alcança
Os pobres de alma e incompetentes de coração

Ele grita
Ele encanta

E canta sua alma que se mostra
Sem perceber acrescenta



Ana Paula Almeida (ao meu grande amigo Michel)
14/07/2009