terça-feira, 13 de abril de 2010
Outros olhares
Eu inteira
Ele pedaço
Eu já
Ele quase
Ele espera
Eu me acho
Eu me jogo
Ele calcula
Ele analisa
Eu anseio
Eu passo
Ele não sente
Ele reservas
Eu incêndio
Me jogo
Ele reflete
E enquanto permaneces no quase
Eu sem ti
**********
Eu na tua
Tu em outra
Eu na lua
Tu me vês nua
Eu coração
Tu indecisão
Eu parto
Tu não vês
**********
Dispo anseios
Desejos de amor terno
Jogo palavras sentidas
Sentimentos de vida
Ele vê
Minhas curvas
A roupa caída
As pego no chão
E parto com minha solidão
Sentir não é com esse João!
***************
Hoje sonhei tão alto
Que levitei ao acordar
Do partido alto ao altar
Decidi então me aprumar
Vai que eu goste de lá
***************
Incompreendida sempre fui
Da família aos amores
E isso é morno
Bom mesmo foi quando fui persona non grata
E pensei: isso ainda me mata
*******************
A minissaia
Dispensou palavras gentis
Deixou de lado as discussões filosóficas
Idéias e ideais prolixos
Foi quando ele quis
Que ela fosse atriz
E esquecesse o texto
O resto foi contexto
******************
Eu não sou nada disso que está pensando
Mas não me interessa te provar o contrário
Pois me vês
Exatamente como eu gostaria de ser
Prefiro a ilusão do meu avesso
***********************
Seus dedos vieram me dizer
Que não lhe interessa sentir
Tatear é o seu prazer
E eu, propositadamente
Finjo que não entendi
Inconsequente, me entrego a ti
*******************
Já entendi
Sem amores e afins
Mente sem conexão ao coração
Interessa o lugar da mão
Se amores ficam ou vão
É uma outra questão
********************
Coração escondido
Mascarado, amuado
Prazer revelado
Medo escancarado
O desse moço tarado
******************
Fico aqui,
Espectadora das tuas reticências
Até que eu perca a paciência
O faça pagar penitência
Sarar dessa doença
Ou, simplesmente
Partir sem clemência
Ana Paula Almeida
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Um comentário:
comecei a ri ao ler estes versos...pela beleza da composição do jogo onde as palavras nos pulsa como um gangorra suave ao som e ao gesto...eis aqui som-e- verso
MARLOS PEDROSA
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